sexta-feira, 26 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
Terroristas são os outros by Fábio Beilfuss
Terroristas são os
outros
Fábio Beilfuss
Nestes anos que tenho me dedicado
a leituras e análises sobre o sistema, somado ao fato de ser um profissional
que lida com temas históricos, me deparo com discursos que muitas vezes destoam
das práticas. O grande exemplo é o se diz respeito ao terrorismo.
Desde o 11 de setembro de 2001, o
mundo começou a temer mais do que nunca o terrorismo. Mas do que se trata o
tema? O que é terrorismo? As grandes redes de comunicação do mundo respondem
essa pergunta afirmando que terrorismo é toda ação deliberada e orquestrada por
grupos que se opõe a ordem e se utilizam de violência para atingir seus
objetivos. Pois coloca-se em questão outro fato. O que é ordem? De bate pronto,
a resposta vem a boca: a democracia.
Neste momento, com a curiosidade
de uma criança acompanhada de meu ímpeto filosófico, questiono mais uma vez: O
que é democracia? A resposta pra isso, segundo o senso comum, é a forma de governo que tem com base a eleição dos
seus governantes e parte do princípio a ação através da lei e não necessitaria
do uso da violência. Defende o estado de direito, a propriedade privada e
respeita a soberania de outras nações.
Entretanto, quem usa de violência
para atingir seus objetivos é não terrorista? Atentar contra a soberania de
outros povos não seria um desrespeito aos princípios democráticos? Pois bem,
comecei a ver a grande contradição entre discurso e prática de alguns países
democráticos. Os EUA, defensor da democracia, sempre arrumando pretextos para
poder adentrar militarmente em outros países, sob a bandeira da democracia. Mas
a democracia, em seu sentido moderno, não é o poder que emana do povo?
Logo,impô-la não seria nada nada democrático. E o pior, uma democracia imposta
com armas. Eu não quis comentar sobre o que essa “democracia” esconde. Um
interesse em recursos naturais dos países invadidos. No caso, petróleo. O engraçado
de tal fato foi a busca por armas de destruição em massa, das quais nenhuma foi
encontrada, e o preço do petróleo, agora mais “abundante” no mercado internacional
apenas subiu. Em suma, agora,nos países invadidos, a democracia foi instaurada.
Ou melhor, imposta.
Um tema mais histórico então: Os
aliados que combatiam as forças do Eixo, falando em democracia.Em um primeiro
momento, ou melhor, antes da guerra, faziam vista grossa as práticas dos
fascistas, e no momento em que estas não mais interessavam, o anjo virou
demônio. A revista Time de 1938 elegeu Hitler como homem no ano! Isso um ano
antes da guerra. Depois, o Hitler aclamado, exemplo de estadista virou sanguinário.
Mas pra piorar a situação dos “democratas”, tenho que falar que os países que
lutavam cotra o nazi-fascismo também eram contra judeus e tinham verdadeiros
Apartheids em seus territórios. Os Eua tinham territórios segregados entre
brancos e negros até 1962!
O leste europeu sofreu de algo
parecido, quando o “comunismo” foi imposto pelos soviéticos. Logo, também
atentou-se contra o princípio revolucionário, dizendo que o socialismo seria
uma construção popular, e não uma imposição. Eis aí um dos motivos por que a
coisa não deu lá muito certo.
Eu ia esquecendo: o financiamento
sistemático por parte de países democráticos das ditaduras da América Latina
nas décadas de 60 e 70...
O que concluo? Primeiro:
democracia é um conceito que se utiliza hoje apenas para justificar atrocidades
contra outros povos cujos governantes não concordam com tal concepção. Segundo:
Dentro dos fatos, penso que não há democracia de fato.
Não sou contra a democracia,
apenas quero que ela exista de fato, e não essa farsa que nos é apresentada
todos os dias. Quero que ela venha acompanhada de justiça social e não apenas
para justificar atos de uma classe dominante, que interpela através de seus
governos para que estes atendam seus interesses. No meu entender, a democracia
ainda não existe. E em caso de contradição, terroristas são os outros....
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